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Olá, pessoal. Hoje vamos falar sobre as competências emocionais para lidar com as situações do dia a dia da sala de aula. E você quer aprimorar suas habilidades pessoais e profissionais e desenvolver sua inteligência emocional, esse conteúdo é para você!
Vamos lá?
Daniel Goleman, o psicólogo americano que desenvolveu esse conceito da inteligência emocional na década de 1990, acredita que:
90% da diferença entre as pessoas que obtém grande sucesso pessoal e profissional, e aquelas com desempenho apenas mediano, se deve a fatores relacionados a competências comportamentais, mais do que às habilidades aprendidas na escola. “
Daniel Goleman
Como é que é Leticia? Habilidades e competências comportamentais são mais importantes que o conteúdo da escola?
Exatamente.
Porque hoje, vamos combinar né? A inteligência artificial pode acessar todo tipo de conteúdo, escrever textos, trabalhos, códigos, e-mails, tudo que pudermos imaginar. Já a parte do relacionamento entre as pessoas, ah isso sim, sempre vamos precisar continuar aprendendo. E aprender sobre relacionamento significa aprender sobre as emoções e os sentimentos.
E o que precisamos aprender sobre a inteligência emocional?
Precisamos aprender a aprimorar as nossas competências socioemocionais.
Vamos falar sobre elas: automotivação, autopercepção, autocontrole, empatia e práticas sociais.
Automotivação
Antigamente se acredita que a motivação vinha de fora para dentro, a gente podia “injetar” motivação nas pessoal.
Inclusive esse assunto estudei bastante no meu trabalho de conclusão de curso da pós-graduação em Gestão de pessoas.
Hoje sabemos que a motivação tem elementos externos e internos. Quando temos elementos externos, chamamos isso de recompensas. Quando temos os elementos internos, chamamos isso de automotivação, vem de dentro, cada pessoa tem o seu motivo, aquilo que a move a ação.
No livro Motivação 3.0 do autor Daniel Pink, ele explica por que o motivo a base de recompensas e punições não funciona mais.
E aqui entre nós, esse é o modelo que ainda repetimos na escola: estudar para prova, fazer a tarefa se vale ponto, participar de eventos só se ganhar alguma coisa, enfim, você já sabe do que estou falando.
Mas vamos entender como a automotivação para os alunos é importante.
Recompensas
As recompensas podem constituir um motivo extrínseco para as tarefas rotineiras, que não exijam tanto raciocínio criativo: tipo fazer a lição de casa ou corrigir os exercícios no caderno.
Sabemos que esse tipo de estímulo funciona, mas é limitado.
Se queremos alunos motivamos, precisamos ir além. Como?
Outros 3 elementos funcionam como motivadores: autonomia, propósito e excelência.
Na visão do autor, esses elementos funcionam de dentro pra fora, são intrínsecos. E nesse sentido é que podemos entender que a automotivação vem de dentro. Quando tenho autonomia para realizar a tarefa, entendo o propósito, o sentido daquilo e busco fazer o meu melhor, a excelência, então faço a tarefa motivado, por mim mesmo!
Um jeito de estimular a automotivação nos alunos é transformá-los em professores:
Sugestão do autor Daniel Pink: No início do ano, pergunte aos alunos sobre suas áreas de interesse, seus hobbies e paixões. Você pode descobrir muitos experts na sua sala de aula! use isso a seu favor e de a oportunidade ao longo do ano para que compartilhem o conhecimento que tem. Já fazemos isso, muitas vezes, quando precisamos de ajuda com o uso da tecnologia. Pedimos: quem pode nos ajudar a conectar aqui, ou logar ali, e os alunos, arrasam sempre.
Autopercepção
Falamos bastante sobre como a autopercepção é o primeiro passo para reconhecer os sentimentos e as emoções.
Esse componente é a base da inteligência emocional: reconhecer as nossas emoções e as dos outros. Podemos perguntar como os alunos se sentem em diferentes situações: conflitos, barulho na sala de aula, dia de prova, aulas favoritas, programas empolgantes e outras coisas que nos ajudam a identificar os sentimentos e as emoções.
Podemos fazer um diário de registro dessas emoções, identificar os gatilhos e como lidar com as situações mais estressantes.
Isso ajuda a reconhecer que também temos os nossos limites, e que quando chegamos no limite, é sempre bom sinalizar para as pessoas ao nosso redor: tipo:
“Pra mim já deu. Melhor para agora essa conversa, essa situação”.
Já com os alunos menores é bem legal fazer tipo um “emocionário”, um alfabeto emocional que nomeia os sentimentos.
O livro “O grande livro das Emoções” da Mary Hoffman e Ros Asquith nos ajuda a ter várias ideias para construir um emocionário com os alunos, ele vai nomeando os sentimentos e contando que situações nos fazem sentir dessa ou de outro maneira. É bem interessante!
Autocontrole
Junto com a autopercepção temos o autocontrole: caminham juntos
Podemos ensinar as habilidades de autorregulação, isso é, controlar o comportamento. Não podemos controlar as emoções. Podemos controlar a forma de reagir aos nossos sentimentos.
Por exemplo:
Quando sentimos raiva, porque alguém nos xingou, brigou, empurrou ou provocou. O sentimento está lá, não some, não desaparece. Mas eu posso escolher como reagir.
Se revido na hora, vira briga, perco o controle da situação.
Mas se percebo a situação tensa, ao invés de reagir eu posso escolher me afastar, respirar, buscar ajuda, relatar a situação, tenho o controle.
Isso é autocontrole e autopercepção: juntos.
Empatia
A empatia é aprender a ver as coisas como a outra pessoa ve e sente.
Tendemos a dar respostas e resolver os problemas logo que alguém chega com uma situação. Outras vezes a pessoa está chorando e a nossa primeira reação é: não chore.
A gente nem sabe por que a pessoa está chorando, só que queremos falar para ela parar.
A empatia significa nos colocar no lugar do outro, ir ao encontro da emoção. E as perguntas são diferentes:
O que aconteceu? Por que você está se sentindo assim? Posso ajudar? Eu estou aqui do seu lado.
E pra terminar vamos falar das práticas sociais:
Práticas Sociais
Isso tem a ver com a necessidade da gente pensar de forma mais social, fora do nosso mundinho em que a única coisa que importa é como a gente se sente.
A escola, a sala de aula é um sistema, um conjunto de pessoas que estão convivendo juntas, no mesmo ambiente. E ter um bom ambiente afeta a todos.
Injetar a positividade no nosso ambiente tem um impacto enorme do nosso espirito e no nosso bem-estar.
De acordo com o autor Shawn Achor, do livro o jeito Harvard de ser feliz, se expor a fatores positivos nos ajuda a melhorar as nossas emoções tipo: comece o dia com o bom dia, sorriso, abraços ao invés de ver noticias do jornal, roubos, acidentes, desastres. Isso impacta o nosso humor e pode influenciar o nosso ambiente.
Na sala de aula podemos ter um momento na semana para relatar os momentos mais significativos de aprendizado e uma reflexão de como o conhecimento nos ajudou em alguma coisa no nosso dia a dia.
Essas trocas estimulam as práticas sociais, um dos componentes da Inteligência emocional.
Bom até aqui vimos os benefícios de desenvolver a inteligência emocional para o professor e para os alunos. Além de promover o sucesso acadêmico dos alunos, a inteligência emocional pode contribuir para o bem-estar emocional e a qualidade de vida.
Para os professores, a inteligência emocional pode ajudá-los a lidar com o estresse e a pressão da profissão. A capacidade de reconhecer e gerenciar suas próprias emoções pode ajudar os professores a manter a calma em situações desafiadoras e a tomar decisões mais eficazes. Além disso, a empatia e a habilidade de se conectar emocionalmente com os alunos podem tornar o ambiente de trabalho mais agradável e produtivo.
Para os alunos, a inteligência emocional pode melhorar o desempenho acadêmico e a qualidade de vida. Os alunos que são capazes de reconhecer e gerenciar suas emoções têm maior probabilidade de se concentrar nas aulas e de desenvolver habilidades sociais importantes, como a empatia e a resolução de conflitos. Além disso, a inteligência emocional pode contribuir para o bem-estar emocional e a saúde mental dos alunos, reduzindo o estresse e a ansiedade.
Resumindo
Em resumo, o desenvolvimento da inteligência emocional é fundamental para o sucesso acadêmico e emocional dos professores e dos alunos. Os professores podem utilizar estratégias como a empatia, a resiliência e a autorregularão para ajudar seus alunos a desenvolver suas habilidades de inteligência emocional. Além disso, um ambiente de aprendizado positivo pode ajudar os alunos a se sentirem mais motivados e engajados nas aulas.
Lembre-se de que todos temos inteligência emocional e podemos desenvolver a continuar aprimorando a nossa inteligência ao longo do tempo.
Continue praticando regularmente essas habilidades e busquem recursos adicionais, como livros e cursos, para aprimorar seus conhecimentos.
Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você.
Juntos, podemos construir um futuro melhor através da educação.
Eu sou Leticia Bechara consultora educacional e quero ajudar você a pensar nas práticas para o dia a dia da sala de aula.
A gente se vê! Até mais!