Desenvolvendo a Inteligência Emocional

maio 30, 2023

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Olá, pessoal! Hoje, vamos falar sobre Como desenvolver sua inteligência emocional e vamos explorar atividades práticas que vão  aprimorar suas habilidades pessoais e profissionais, quando se trata da inteligência emocional.

Revisando, o que é a inteligência emocional? 

É uma habilidade que nos permite reconhecer, compreender e lidar com as nossas emoções e as dos outros. Ela nos ajuda a tomar decisões mais conscientes e a lidar melhor com os desafios do dia a dia.

Diferença entre Emoção e Sentimento

Para desenvolver e aprimorar essa habilidade, vamos começar por entender a diferença entre emoção e sentimento. A inteligência emocional tem a ver com  entender as nossas emoções e as dos outros, então vamos conhecer esses dois conceitos: emoção e sentimento.

O que é Emoção?

A emoção é uma resposta automática e imediata do nosso corpo a um estímulo, seja ele interno ou externo. Não temos controle. Sentimos essa resposta automática, essa reação do nosso corpo.

Por exemplo, quando somos surpreendidos por algo que nos assusta, podemos sentir um aumento da frequência cardíaca, o coração bate mais forte, suor nas mãos e uma sensação de aperto no peito. Essa é uma resposta emocional.

E o sentimento?

O sentimento é a interpretação consciente que fazemos dessas emoções. Ou seja, é como atribuímos um significado pessoal e subjetivo para a emoção que sentimos.

Por exemplo, se alguém se sente ameaçado em uma situação, coração dispara, dá frio na barriga, a pessoa pode interpretar isso como medo, ansiedade, insegurança ou até mesmo raiva.

Deu pra entender que as emoções são reações fisiológicas automáticas, enquanto os sentimentos são construções cognitivas?

Ou seja, a emoção é uma reação e o sentimento é uma interpretação que fazemos da emoção que sentimos, e é claro, essa interpretação pode variar de pessoa para pessoa. 

É por isso que algumas vezes, uma pessoa, na mesma situação que a outra, pode sentir coisas diferentes, porque a interpretação depende de cada um, cada lembrança, cada memória, cada gatilho, cada experiencia.

Deu pra reconhecer alguma situação que você teve uma reação emocional e depois um sentimento?

Me lembro uma vez que recebi o recado que a coordenadora queria falar comigo: reação imediata: coração disparou, suor, frio na barriga. Logo pensei: o que será que aconteceu? Senti medo. Fui falar com ela. Quando ela começou a falar era pra elogiar meu trabalho junto a um aluno especial, a forma como eu tinha feito a atividade, enfim, daí eu relaxei. Emoção e sentimento, andam juntos, mas são diferentes e entender essa diferença é fundamental para aprimorar a nossa inteligência emocional, isso é, aprendemos a reconhecer o que são as reações e o que são os sentimentos, a nossa interpretação a partir da emoção que sentimos.

Como reconhecer e lidar com as nossas próprias emoções?

E como fazemos isso? Com a nossa autopercepção.

Ter consciência das nossas emoções nos ajuda a lidar com elas de forma compassiva: isso é , sem julgamentos. O que essa emoção que estou sentindo significa? Por que estou me sentindo assim? O que disparou essas reações automáticas no meu corpo?

Desenvolver e aprimorar a inteligência emocional é um processo, que acontece no nosso dia a dia e que acontece quando estamos atentas as situações, isso é, quando nos observamos e avaliamos o que está acontecendo conosco, sem julgamentos, tipo ah eu não posso ficar nervosa, ou ficar triste ou chorar. Por que estou sentindo e não julgar: eu não posso estar sentindo isso!

 A autopercepção nos ajuda a identificar as emoções e sentimentos e sem fazer julgamentos.

Por exemplo, imagine que você teve uma noite bem difícil em casa: filho doente, acordou várias vezes, dormiu pouco, dormiu mal. Mas você está lá, pronta pra começar seu dia na sala de aula. 

Em qual condição? Muito ruim pra começar.

 Quando você tem autopercepção, já sabe que nessas condições de privação de sono, você vai estar mais irritada e impaciente para lidar com as demandas dos alunos.

Nesse caso, reconhecer isso vai ajudar você a optar por atividades com os alunos que demandem menos a sua atenção. Você pode optar por mais atividades mais autônomas ou por trabalho em duplas ou grupos, com menos supervisão sua, para que você possa orientar mais do que controlar. Isso não significa que com a autopercepção você vai “resolver” tudo. Significa que com a sua autopercepção você será capaz de ajudar a encontrar soluções para evitar mais esforço, em uma situação em que você já está cansada, é sobre ter essa autoconsciência do momento que você está passando e sinalizar para as pessoas ao redor, o que está se passando:

“Pessoal hoje nós vamos trabalhar as atividades em grupos, ok? Assim vocês poderão contar com a minha orientação para os grupos. Vou passar nos grupos e orientar os trabalhos. “ Sinalizo quais serão as atividades e como vamos trabalhar, depois acompanho.

Atividades para desenvolver e aprimorar nossa inteligência emocional e as competências emocionais

Entendemos como podemos ter autopercepção para sinalizar os nossos sentimentos e emoções para as pessoas ao nosso redor e agora vamos conhecer algumas atividades que ajudam a desenvolver e aprimorar nossa inteligência emocional e as competências emocionais:

autopercepção, autocontrole, automotivação, empatia e práticas sociais.

Essas são algumas atividades que você pode fazer:

Prática de mindfulness

Essa técnica envolve prestar atenção plena no momento presente, sem julgamentos. A prática de mindfulness pode ajudar a desenvolver a autoconsciência emocional, bem como a capacidade de lidar com emoções negativas de forma mais compreensiva, sem julgamentos.

A prática de mindfulness pode ser feita de diversas maneiras, mas uma técnica comum é a meditação mindfulness. Para começar, encontre um lugar tranquilo onde possa se sentar confortavelmente por alguns minutos. Feche os olhos e concentre-se na sua respiração, observando-a sem julgamentos. Se sua mente começar a divagar, volte a sua atenção para a sua respiração. A ideia é treinar a sua mente a se concentrar no momento presente, sem se deixar levar por pensamentos ou emoções passadas ou futuras. Comece com sessões curtas, de2 a 5 minutos, e vá aumentando o tempo gradualmente conforme se sentir mais confortável. Com a prática regular, você pode começar a aplicar essa atenção plena em outras atividades do dia a dia, como comer, caminhar ou conversar com outras pessoas.

Eu comecei a fazer uma respiração guiada de 1 minuto. Veja 1 minuto! Que parece uma eternidade para quem nunca para 1 minuto!

É um exercício interessante, nem sempre preciso estar tranquila pra começar, as vezes quando estou mais agitada, me desafio a para um minuto pra respirar e isso costuma me ajudar a voltar ao eixo, me acalma. Você já experimentou?

Autorreflexão

A autorreflexão é uma técnica poderosa que envolve a análise de nossos próprios pensamentos e emoções, com o objetivo de identificar padrões comportamentais e emocionais.

Eu gosto de me observar, diante de uma situação estressante, me pergunto: o que me levou a ter esses sentimentos? Tipo, se estou atrasada, se estou impaciente de esperar, se estou estressada, eu procuro identificar em que momento comecei a ter esses sentimentos, qual foi o gatilho? Assim eu posso aprender melhor sobre aquilo que me deixar impaciente, irritada, estressada, e assim criar padrões que me ajudem a lidar com a situação. No meu caso, o que me deixa muito impaciente é ficar esperando. Então quando tenho que aguardar, eu procuro ter sempre um livro, uma atividade que me ajude a esperar fazendo alguma coisa, sabe? E logo o tempo de espera não me aborrece mais tanto.

A autorreflexão também pode ser feita por meio da escrita, meditação ou simplesmente dedicando alguns minutos do dia para refletir sobre suas próprias emoções e comportamentos. Registrar seus sentimentos e refletir sobre isso ajuda a entender melhor suas emoções e seus sentimentos.

Tenho meu diário que costumo escrever e me ajuda a observar meus sentimentos e reações diante das situações.

Outra ideia que comecei a estudar mais foi sobre a Comunicação Não Violenta (CNV)

Essa técnica que foi desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, um clássico que todos os profissionais da educação deveriam conhecer e se você ainda não conhecer, está aqui, compre, leia e comece a praticar essa abordagem que consiste em melhorar a qualidade das relações humanas através da comunicação. Ela envolve quatro etapas: observação, sentimento, necessidade e pedido.

Na primeira etapa, é importante observar a situação sem julgamentos ou avaliações.

Na segunda etapa, deve-se identificar o sentimento que essa situação provoca em você ou no outro.

Na terceira etapa, é preciso identificar a necessidade que está por trás desse sentimento.

E, finalmente, na quarta etapa, deve-se fazer um pedido que atenda a essa necessidade.

Por exemplo, em vez de dizer “Você sempre me interrompe e não me deixa falar”, uma comunicação não violenta seria: “Quando você me interrompe, eu sinto frustração e isso me impede de expressar minhas ideias. Eu gostaria de ter a oportunidade de expressar minhas ideias sem ser interrompido. Você pode me ouvir até o fim antes de fazer qualquer comentário?”.

Essa técnica pode ajudar a diminuir conflitos, melhorar a empatia e a compreensão entre as pessoas e, consequentemente, desenvolver a inteligência emocional.

Exercícios de imaginação

Os exercícios de imaginação podem ser feitos de diferentes formas, mas uma técnica comum é a visualização.

Por exemplo, imagine que você está preocupado com uma apresentação que terá que fazer para os pais de seus alunos. Você pode fechar os olhos e visualizar essa situação, imaginando como você gostaria de se sentir e como gostaria de lidar com suas emoções durante a apresentação.

Em seguida, você pode se preparar para reunião e visualizar as etapas e a forma que gostaria de conduzir a apresentação, imaginando inclusive quais possíveis pontos de conflito ou atrito que poderiam surgir e prever como poderiam ser abordados com os pais.

Eu gosto de utilizar esse exercício de imaginação quando estou ansiosa por conta de um evento, uma palestra ou encontro. Gosto de imaginar: em algumas horas, ou dias, já terá passado e tudo terá sido resolvido. Imaginar que o evento ou encontro irá passar me ajuda a visualizar qual esforço preciso fazer agora para que corra tudo bem no que diz respeito a minha postura, meu preparo. Farei o melhor possível. Não controlo o universo, então não deveria me preocupar com todas as reações possíveis, foco nas minhas reações: o que farei se acontecer isso? Ou aquilo? Foco nesse preparo e isso me ajuda a me manter mais tranquila.

Praticar atividades físicas

Embora o exercício físico não seja especificamente uma técnica de desenvolvimento de inteligência emocional, ele pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde física, emocional e mental. Quando estamos fisicamente ativos, nosso corpo libera endorfina, um neurotransmissor que pode melhorar o humor e reduzir o estresse. Além disso, a prática regular de exercícios físicos pode ajudar a desenvolver a disciplina e a perseverança, que são habilidades emocionais importantes.

Um exemplo de como o exercício físico pode ser usado para desenvolver a inteligência emocional é praticando atividades que exijam foco e concentração, como a ioga ou a corrida. Ao se concentrar na prática física e prestar atenção às sensações do corpo, você pode desenvolver a autoconsciência e a autopercepção. Além disso, o exercício físico pode ajudar a melhorar a motivação, pois a prática regular de atividades físicas pode ajudar a enfrentar e superar desafios físicos e mentais.

Bem como vimos, esses são alguns exemplos de atividades que podemos fazer para desenvolver e aprimorar a inteligência emocional, e isso pode trazer grandes benefícios para a vida pessoal e profissional, principalmente para professores na sala de aula, que são exemplos para os alunos e famílias.

Por isso, incentivamos que você pratique as técnicas apresentadas neste conteúdo e comece a aprimorar sua própria inteligência emocional.

Juntos, podemos construir um futuro melhor através da educação.

Eu sou Leticia Bechara consultora educacional e quero ajudar você a pensar nas práticas para o dia a dia da sala de aula.

A gente se vê! Até mais!

Leticia Bechara

Leticia Bechara

Consultora Educacional

Pedagoga, Administradora e Mestre em Educação, Pós-graduada em Gestão Estratégica de pessoas.

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